Feliz Natal

O tomate juntou-se ao marmelo
E deliciou tanto que esgotou.
É que aqui o chef, o caramelo,
Fez pouco disso, já se notou.

A nêspera com eucalipto cheiroso
Já vai pelo mesmo caminho
E depois só no verão caloroso
Se saboreará de novo tal carinho.

Mas não desesperes, há cá outros que tais.
Para dares belas prendas natalícias,
Pores os teus queridos a babar por mais
Doces e licores com segredos, qual carícias.

Venha lá a encomenda, vá
Para um Natal doce e quentinho
Antes que tudo esgote por cá
Nesta Casa de São Bentinho.

Feliz Natal, pessoal. 

Natal quentinho é com São Bentinho

Na rua, o cheiro da lenha foge pela chaminés e inebria até os sentidos menos apurados.

Os azevinhos já pendurados na porta fazem-me sorrir. É Natal. Em casa, o imponente pinheiro, decorado logo no início do mês, está iluminado e, ao seu lado, o presépio parece crescer a cada ano. Tantas figuras. Relembro a minha infância e os muitos Natais passados em família. A ceia de Natal, em casa dos avós, era presença obrigatória para todos. Chegávamos dia 23 à noite ou 24 de manhã e enquanto os mais crescidos ajudavam nas iguarias e preparavam a mesa para a noite, os mais pequenos deliciavam-se com as muitas diversões e surpresas que aquela casa parecia oferecer, ano após ano. Cresci a gostar do Natal; dos presentes que recebia, claro, mas de algo muito maior que assolava nessa época o meu coração e acelerava as batidas quando pensava que aqueles dias se aproximavam. As brincadeiras, os sorrisos, a alegria contagiante de todos e o espírito de união vivido naquele curto espaço de tempo, aconchegavam-me. No Natal encontrei, ao longo dos anos, muitas vezes a força necessária para enfrentar os momentos menos aprazíveis e a coragem para seguir em frente. Com o Natal aprendi valores maiores que hoje me guiam: partilha, ajuda, amizade, amor. E assim cresci.

Hoje, ao entrar em casa, penso que afinal nem tudo mudou. A casa dos avós já não existe e sou eu que me preparo para receber todos os que me quiserem acompanhar na consoada, mas o espírito de criança persiste em mim, com a certeza de que, por mais anos que passem ou mais difíceis que os tempos pareçam, tenho uma grande família de parentes e muitos amigos. Com eles, partilho percursos, vitórias, lágrimas, sonhos, valores. Nesta quadra as minha palavras vão para cada um deles.

Que este Natal vos recorde todos os ensinamentos que vos foram transmitidos pelos vossos pais e avós. Pensem nos que estão à vossa volta, nos vossos amigos, na vossa família. Partilhem, ajudem, sorriam. Tenham coragem para serem felizes e sonhem. Acreditem que é possível. Lutem. Vivam cada dia, cada hora, cada minuto. Eu vou tentar. Tenho a certeza que vocês conseguem.

* Com a ajuda dos licores e docinhos de São Bentinho, claro está!

A preparar os licores

Aqui por casa estamos a comerçar a coar os licores que estão a descansar desde Novembro. O de Limão & Pêra Rocha está ainda melhor...

Contra-Soneto de S. Valentim

"Estou sim, Valentim.
Pára lá com a brincadeira,
diz-me que queres tu de mim."

E, assim, entre santos se trata
de prendas para gente namoradeira
agora que aí vem a sua data.

Tem que ser algo bom e doce,
bonito, caseiro e nada caro.
Quem recebe pensará 'preocupou-se'
E virá com beijos ou algo mais raro.

14 Euros é bom valor"
E sempre são 14, como o dia.
Assim se dá em fevereiro calor
para mais um ano de harmonia.

 

Ainda nem se foi o Nicolau, já vem aí o Valentim?

Sentou-se.
Que santo também se senta.
Mal abriu um doce,
chegou ela, de ideia na venta.

Há que ter
para já, para agora,
algo que dê prazer
a namoros com outrora.

Imagem catita,
uma frase, um coração
põe-se em saco com fita
quem recebe 'oh, que emoção!'
 
Ai...
Que santo também se queixa.
Ainda assim, aqui vai
S. Bentinho dizer sua deixa:

Mau...
Ainda nem se foi o Nicolau
E dizes-me tu assim
que vem aí o Valentim?

Chegámos!

Depois de um verão a macerar até ficarem bem docinhos, os licores da Casa de São Bentinho estão prontos para aquecer o coração e alma de quem, agora pelo outono e inverno, quiser deliciar-se com os seus sabores aveludados.

As garrafas ficaram lindas com os néctares coloridos e aguardam, já ansiosas, o momento de alegrar o final de um jantar, receber amigos ou apenas ajudar a relaxar quem as quiser levar.

Portanto, preparem os vossos palatos! Nêspera & Eucalipto, Limão & Pêra Rocha, Laranja & Cravinho e Morango & Erva do Caril são os sabores da Casa de São Bentinho que irão aquecer gargantas e desafiá-las a cantar e brindar à alegria e à vida!

Além de começarem já por fazer justa e acérrima concorrência à típica jeropiga do S. Martinho, acreditem que estes requintados sabores, junto com os respectivos doces, serão uma excelente e sábia opção para presentear amigos e família com algo caseiro e único neste Natal.

 
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Doce de Tomate e Marmelos Verdes

E nada será como dantes

Gengibre
queria eu chamar-te
porque é exótico
como amar-te
e a teus marmelos
verdes como a esperança
numa arrebatadora dança
que nos envolve em elos
inquebráveis como novos segredos
doces, picantes e sem medos
vermelhos tomate, inebriantes
e nada será como dantes.

Quando o verão ameaça dizer-nos adeus mais cedo do que o esperado, eis que São Bentinho se insurge e decide compensar-nos com um pequeno mimo, um novo sabor. 

É de tomate e de marmelos, tem piri-piri e canela. Não lhe falta o gengibre para realçar todos os ingredientes. 

Os tomates são da Labrugeira, da horta da Avó Manuela. São enormes, por demais suculentos e contrastam com os marmelos, que embora ainda verdes, pequenos e pouco atraentes, são quem marca a legítima diferença. As especiarias usadas são a arte do chef e deixam quem prova na dúvida: qual será o verdadeiro segredo?

Sobre um pão quentinho pela manhã ou por cima de uma tosta ao cair da noite, o Doce de Tomate e Marmelos Verdes veio para aquecer o prematuro cair da folha, mas promete ficar para acompanhar os dias ou noites no inverno. Pelo que dizem, até para quem não gosta de doce de tomate...

Ingredientes: 

Tomate, Marmelos, limão, canela, gengibre, piri-piri, açucar (menos 30%) e novos segredos.